terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cut Copy e Boys Noize... à Clubbing


Foi mais um Clubbing para cativar os estreantes e viciar ainda mais os habitués. As propostas eram demasiado tentadoras para que passassem incólumes. A adesão já se sabia iria ser arrebatadora, pois bilhetes há semanas que já não havia... para venda.
Cut Copy e Boys Noize, duas apostas que se revelaram vencedoras, apesar de algum público ter debandado pós a actuação da banda australiana, ficando muito outros com água na boca à porta da Sala 2, aquando da prestação do deejay alemão. Irremediáveis (e inevitáveis) contigências organizacionais e comerciais.
Mas de volta ao que interessa, a expectativa era grande entre o público para ver os Cut Copy, que em «In Ghost Colours» se esmeraram, tal como na noite anterior na discoteca Lux, em Lisboa. Apesar de algumas críticas de eventual cansaço, o trio, que esteve em palco acompanhado de um baixista, conseguiu alastrar a festa por toda a Sala 2, que o público lotava. A plateia sabia o que queria e os Cut Copy responderam à altura.
Intercalando temas do álbum de estreia com as novíssimas canções de «In Ghost Colours», Dan Withford e companhia levaram a plateia ao rubro, transformando o espaço numa autêntica pista de dança.
Foram muitos os momentos de perfeita sintonia entre a plateia, pejada de um público eufórico, e o palco, onde a banda se entregava ao concerto de peito aberto.
As guitarras entorpecem um pouco o ritmo do concerto, para quem olha para aquilo como uma espécie de «warm up» para uma longa noite de dança, mas a verdade é que a banda teve momentos de excelência.
«Unforgetable season» foi o expoente. Por momentos pareceu-me ouvir o compassado baixo de Peter Hook, a marcada bateria de Stephen Morris e a desfibrilhada guitarra de Bernard Sumner. Foi um momento incrível ao ouvir naquele palco, tocados por uns jovens australianos, alguns dos ingredientes que fizeram a música dos Joy Divison. Acreditem, foi um momento!
Foi em apoteose que os Cut Copy se despediram do público do Porto, tocando apenas um tema no encore, «Hearts on fire», para gáudio da plateia. Que queria mais, mas na CdM os horários são para cumprir.
Seguiu-se o alemão Boys Noize. De som forte e intenso, Alexander Ridha, de seu verdadeiro nome, lançou a bomba da dança na Sala 2, levando os fiéis seguidores, e estavam lá muitos, a uma frenética e incansável dança, polvilhada por momentos de introspecção sonora, catalizada pelo manipulação exímia que o alemão faz do som. Ouviu-se «Weiss, Weiss, Weiss», dos também germânicos Eistürzenda Neubauten - que este ano já passaram pelo Clubbing - e muitas outras coisas, entre o electro e o techno, de que Boys Noize faz os seus gigs. 


Alinhamento Cut Copy:

Nobody lost, Nobody found
Far away
Time stands still
So haunted
Unforgetable season
Strangers in the wind
That was just a dream
Saturdays
Feel the love
Out there on ice
Lights & Music
Future

Hearts on fire

(*)Fotos de François Oliveira

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