sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Encenação lamentável


Acabo de assistir a uma lamentável actuação protagonizada pelo senhor deputado Nuno Melo no «Corredor do Poder», da RTP1, onde jovens deputados, alguns não antigos na arte, expressam as suas partidárias opiniões.
E friso as palavras actuação e protagonizada, porque o senhor deputado do CDS-PP até disse que "não estava a falar de teatro, mas de direito". Disse-o, e releve-se de forma malcriada, dirigindo-se a José Soeiro, deputado do BE.
E esta lamentável cena porque, sabendo que a razão lhe foge, queria relevar o protesto do Presidente da República, no acto da promulgação, face à larga maioria que votou no Parlamento as alterações à legislação.
De forma malcriada, exigiu que o deputado do Bloco se calasse, pois o programa estava a terminar e queria colocar o seu ponto de vista. Porém, esquecendo-se (sim, esquecendo-se!...) que havia monopolizado grande parte do debate da noite.
Fora isso, e se percebe tanto mais de Direito do que outros dos presentes, o senhor deputado Nuno Melo deveria lembrar-se que o poder legislativo pertence à Assembleia da República e, portanto, é dali que saem as Leis.
E de que vive o Direito? De Leis. E não é preciso ser malcriado e deselegante!
Mas ainda bem que o deputado do CDS-PP não estava a falar de teatro. É que se com o direito é assim, imagine-se o que seria da nobre arte da representação.

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