terça-feira, 19 de agosto de 2008

Diário de um descartado V

E ao 19.º dia a carta de despedimento não chegou.
Depois de na semana passada a secretária da Administração me ter dito para reclamar junto da ex-directora d'O Primeiro de Janeiro e de, uma vez mais, ter actualizado a minha morada, a incompetência continua e cresce, tal como o vergonhoso desrespeito por alguém que durante 13 anos deu tudo e até mais do que devia (inclusive dinheiro) a uma empresa que, à imagem de quem a comanda, não mostra um pingo de dignidade.
Sempre nos pediram dignidade. E com dignidade sempre respondemos. Agora não nos peçam que nos estendamos no chão para sermos espezinhados.
Como referi num post anterior: "O chão que pisas JÁ NÃO sou eu".
Em prol da minha sanidade mental, porque o desgaste das últimas semanas tem sido arrasador, vou esquecer este assunto por uma semana, vou mandar-me por este Portugal abaixo e retemperar forças e encontrar um pouco de paz de espírito, para, mais do que tudo, regressar em força e encontrar meios de subsistência no jornalismo e reclamar os meus (nossos) direitos.
Estas são duas coisas que, para já, não abdico: Exijo que os meus direitos sejam respeitados e não abdico de ser jornalista.
Ser jornalista não é ter carteira porque se é dono de jornais, não é escrever umas crónicas que nem ao diabo lembram, nem tão pouco desconhecer o que é a ética e a deontologia, tanto na profissão como na vida.
NÃO, ser jornalista é muito mais do que isso. Mais do que gostar do que se faz, é amar a informação, é amar ser um elemento privilegiado na transmissão da informação e do saber, é amar o acto de levar de forma isenta o conhecimento a toda a gente, independentemente do credo, raça ou outra qualquer condição. É amar tudo isto e muito mais e um jornalista sabe o que é... Mas, acima de tudo, é ser Jornalista com jota em caixa alta, ou seja ser Homem com H grande ou mulher com M grande.

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