domingo, 15 de março de 2009

Clubbing em alta

Mais uma grande noite de Clubbing na Casa da Música, a de ontem... Em Fevereiro, a presença dos Tindersticks encheu a CdM de um público que não é o hatural do Clubbing, pelo que a noite, apesar de musicalmente ter mantido a qualidade habitual, foi de certa forma estranha.
Ontem, e apesar de ser noite de AltaBaixa na Rua de Passos Manuel - onde a música comanda a movimentação dos noctívagos entre Maus Hábitos, Passos Manuel e Pitch -, no Clubbing tudo pareceu ter voltado ao normal. Sem nenhum grande nome a encabeçar o cartaz, os três projectos que subiram ao palco da Sala 2 foram grandes nos momentos que porporcionaram ao público, que enecheu o espaço.
Os portuenses X-Wife tiveram a missão de abrir as hostilidades e fizeram-no de forma excelente. A banda, que viu a sala encher-se durante os primeiros temas, correspondeu, não só aos muitos fãs presentes, mas igualmente ao demais público protagonizando um concerto seguro e descontraído. Aliás, à medida que as actuações dos X-Wife se sucedem, João Vieira (voz e guitarra), Rui Maia (teclados), Fernando Sousa (baixo) e Nuno Oliveira (bateria) revelam um maior à-vontade e consistência na interpretação dos temas que constituem o alinhamento da digressão «Are You Ready For The Blackout».
O ambiente que os portuenses conseguiram criar foi uma mais-valia para as duas bandas que se lhes seguiram, ambas vindas do Reino Unido. Os Metronomy assumiram o papel de cabeça-de-cartaz e tiveram o condão de manter a sala completamente cheia, mas também bastante animada e movimentada. A música do trio composto por Joseph Mount (voz, teclados e guitarra), Oscar Cash (saxofone, e teclados) e Gabriel Stebbing (baixo e teclados) apelava à dança e o público correspondeu. A festa instalava-se em definitivo e dava sinais de estar para durar. A postura em palco dos Metronomy não só inclui coreografias em determinados momentos, mas também jogo de luzes praticado pelos próprios com as t-shirts. São os próprios que admitem que haja quem considere aquilo "algo esquisito e até parolo, mas há muita gente que gosta e se divirta". E foi o que também aconteceu na Sala 2 da CdM.
O público estava conquistado, por isso teve direito a um encore de um tema. Porém, os ponteiros do relógio continuavam a andar e, na Cdm, os horários são para cumprir. Com hora de entrada em palco marcada para as 2h00, os Modernaire começaram a tocar cerca de um quarto de hora depois. À banda formada em Manchester, em 2005, por Oscar Wildstyle (teclados) se e Cruella Mill and the 1001 Damnations (voz e violoncelo), juntou-se pouco depois Chesty La Rue (voz) e mais recentemente Ollie (bateria e guitarra). Com dois EP de autor no mercado, os Modernaire apresentaram no Clubbing um concerto muito interessante, em que o jogo de vozes entre as duas vocalistas cria uma sonoridade intrincada e colorida, em que a presença da bateria acrescenta um ritmo mais intenso. De resto, a base sonora reside na electrónica desenvolvida por Oscar, que o violoncelo de Cruella enriquece de forma incrível. Depois, as duas vocalistas exibem-se de froma contagiante, levando a plateia a participar activamente. De tal forma, que um indivíduo saltou mesmo para o palco, ensaindo uns passos de dança com Chesty...
Entretanto, e em especial na zona dos Bares 1 e 2, a festa estava completamente lançada. Era já muito o pessoal que dançava ao som dos deejays de serviço. Primeiro com Lovers & Lollypops Soundsystem e depois com Shir Khan. O alemão conduziu o Clubbing até ao seu fecho, mantendo o muito público em permanente agitação dançante. Muito bem que se portou o germânico, diga-se de passagem.
É bom ter uma noite como esta uma vez por mês... pelo menos!

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