domingo, 22 de março de 2009

The Weatherman@Jamboree Park



O Theatro Circo, em Braga, recebeu a primeira apresentação do novo álbum de The Weatherman, que chegará aos escaparates no próximo dia 20 de Abril. Dia 4 é a vez do Auditório de Serralves, no Porto, acolher a apresentação de «Jamboree Park At The Milky Way», um espectáculo em que Alexandre Monteiro se faz acompanhar por seis músicos, que constroem a teia sonora sobre a qual repousa a voz de timbre frágil, mas não fragilizado, do próprio The Weatherman.
«Jamboree Park At The Milky Way» é um excelente sucessor do muito bem acolhido «Cruisin' Alaska» (2006) que deu a conhecer este músico que aprecia as sonoridades de anos 70. Tal como no álbum de estreia, neste segundo trabalho The Weatherman traz uma lufada de ar fresco ao que se faz na área pop-rock em Portugal, oferecendo canções bem cosntruídas, repletas de vocais - todos os sete elementos em palco contribuem vocalmente - que gfazem em muitas ocasiões a festa acontecer.
Entre temas do novo álbum e reinterpretações de canções de «Cruisin' Alaska», o concerto de ontem à noite em Braga, que contou ainda com as actuações de Sandy Kilpatrick & The Pilgrims Of Light e de LittleFriend, provou que as expectativas levantadas com o disco de estreia eram fundadas. Os novos temas têm identidade, a presença em palco cativou o público que tomou poucop mais de meia plateia e houve empatia entre os dois lados do palco.  
No final, a cereja em cima do bolo foi a presença em palco de crca de 40 crianças de uma escola de música de Famalicão, que interpretaram com todos os músicos que já haviam passado pelo palco um tema de despedida que não foi mais do que uma enorme mensagem de esperança.
Foi muito agradável, até porque há que ter em conta que este foi o primeiro concerto deste conjunto de músico no «Jamboree Park».

domingo, 15 de março de 2009

Clubbing em alta

Mais uma grande noite de Clubbing na Casa da Música, a de ontem... Em Fevereiro, a presença dos Tindersticks encheu a CdM de um público que não é o hatural do Clubbing, pelo que a noite, apesar de musicalmente ter mantido a qualidade habitual, foi de certa forma estranha.
Ontem, e apesar de ser noite de AltaBaixa na Rua de Passos Manuel - onde a música comanda a movimentação dos noctívagos entre Maus Hábitos, Passos Manuel e Pitch -, no Clubbing tudo pareceu ter voltado ao normal. Sem nenhum grande nome a encabeçar o cartaz, os três projectos que subiram ao palco da Sala 2 foram grandes nos momentos que porporcionaram ao público, que enecheu o espaço.
Os portuenses X-Wife tiveram a missão de abrir as hostilidades e fizeram-no de forma excelente. A banda, que viu a sala encher-se durante os primeiros temas, correspondeu, não só aos muitos fãs presentes, mas igualmente ao demais público protagonizando um concerto seguro e descontraído. Aliás, à medida que as actuações dos X-Wife se sucedem, João Vieira (voz e guitarra), Rui Maia (teclados), Fernando Sousa (baixo) e Nuno Oliveira (bateria) revelam um maior à-vontade e consistência na interpretação dos temas que constituem o alinhamento da digressão «Are You Ready For The Blackout».
O ambiente que os portuenses conseguiram criar foi uma mais-valia para as duas bandas que se lhes seguiram, ambas vindas do Reino Unido. Os Metronomy assumiram o papel de cabeça-de-cartaz e tiveram o condão de manter a sala completamente cheia, mas também bastante animada e movimentada. A música do trio composto por Joseph Mount (voz, teclados e guitarra), Oscar Cash (saxofone, e teclados) e Gabriel Stebbing (baixo e teclados) apelava à dança e o público correspondeu. A festa instalava-se em definitivo e dava sinais de estar para durar. A postura em palco dos Metronomy não só inclui coreografias em determinados momentos, mas também jogo de luzes praticado pelos próprios com as t-shirts. São os próprios que admitem que haja quem considere aquilo "algo esquisito e até parolo, mas há muita gente que gosta e se divirta". E foi o que também aconteceu na Sala 2 da CdM.
O público estava conquistado, por isso teve direito a um encore de um tema. Porém, os ponteiros do relógio continuavam a andar e, na Cdm, os horários são para cumprir. Com hora de entrada em palco marcada para as 2h00, os Modernaire começaram a tocar cerca de um quarto de hora depois. À banda formada em Manchester, em 2005, por Oscar Wildstyle (teclados) se e Cruella Mill and the 1001 Damnations (voz e violoncelo), juntou-se pouco depois Chesty La Rue (voz) e mais recentemente Ollie (bateria e guitarra). Com dois EP de autor no mercado, os Modernaire apresentaram no Clubbing um concerto muito interessante, em que o jogo de vozes entre as duas vocalistas cria uma sonoridade intrincada e colorida, em que a presença da bateria acrescenta um ritmo mais intenso. De resto, a base sonora reside na electrónica desenvolvida por Oscar, que o violoncelo de Cruella enriquece de forma incrível. Depois, as duas vocalistas exibem-se de froma contagiante, levando a plateia a participar activamente. De tal forma, que um indivíduo saltou mesmo para o palco, ensaindo uns passos de dança com Chesty...
Entretanto, e em especial na zona dos Bares 1 e 2, a festa estava completamente lançada. Era já muito o pessoal que dançava ao som dos deejays de serviço. Primeiro com Lovers & Lollypops Soundsystem e depois com Shir Khan. O alemão conduziu o Clubbing até ao seu fecho, mantendo o muito público em permanente agitação dançante. Muito bem que se portou o germânico, diga-se de passagem.
É bom ter uma noite como esta uma vez por mês... pelo menos!

terça-feira, 10 de março de 2009

Extraordinário

Extraordinário!
Pouco há a dizer ou, se calhar, há muito, mesmo muito para dizer... Porém, (re)viver momentos como os que aconteceram, na passada sexta-feira (6 de Março), no Teatro Sá da Bandeira é único. Quem lá esteve sabe bem do que falo.
Os Mão Morta mostraram estar num extraordinário momento de forma, tocando - arrisco-me a dizer - como nunca e, com um alinhamento histórico, souberam chegar ao público que encheu a velhinha sala portuense. Histórico, no sentido que cobriu os 25 anos de carreira do colectivo de Braga, que a plateia apreciou, mas...
A noite só não foi perfeita, porque o público não cumpriu na totalidade, não o seu dever, mas a sua obrigação!
Se a resposta a «Budapeste», segundo tema do alinhamento, depois de um «Ventos Animais» que abre todos os concertos da tour com o mesmo nome, se ficou por um esboço de agitação até é compreensível. É pública e notória a relação amor-ódio que os fãs têm com o tema, mas também a banda. Só em 2008 o tema foi recuperado em concerto e sempre com a apresentação de "maldito"... 
Agora totalmente incompreensível e inaceitável é a falta de mosh quando se ouviu «E se depois», logo após «Tetas da alienação», dedicado à crise.
Para quem viu o arranque desta Ventos Animais Tour, em Barcelos, sentado e como que amarrado, o concerto do Sá da Bandeira apenas me confirmou as suspeitas desses concerto no Minho: a banda está a tocar como nunca, Adolfo a chegar ao meio século de vida numa forma (vocal e física) extraordinária e os Mão Morta soam muito melhor assistindo de pé.
Os complexos «Arrastando o seu cadáver», «Tu disseste» e «É um jogo» (com Adolfo a dançar, dançar, dançar) criaram o ambiente intenso e profundo que faltava à sala, para de seguida o concerto entrar num crescendo que só terminaria no segundo encore com «Oub'lá».
De «Nus» saiu «Gnoma» para espalhar a palavra que quem estava com dúvidas o rock'n'roll estava ali para ficar. Era caso para dizer: "Tem calma irmão/Que a morte está aí para todos nós/É coisa certa/Mais vale fazer da vida um festim/Canta antes dança/Que a vida não te surja mais ruim".
A partir daí, foi sempre a subir. Com «Em directo (para a teelvisão)» a massa humana começou a agitar-se não mais parando. Seguiu-se uma viagem alucinante até «Amesterdão», um poderoso «Penso que penso» e nova viagem, desta feita, até Barcelona.
O passado regressava e impunha-se expondo toda a qualidade de uma banda que tem sabido ao longo dos anos renovar-se, revitalizar-se... revigorar-se. Mas a grande maioria das almas presentes no Sá da Bandeira é quarentona ou anda por lá perto e o mosh, o crowd surfing, o rebuliço em frente ao palco é como na história de «Anarquista Duval»... "UMA MIRAGEM". E a verdade é que a interpretação de Adolfo e dos restantes Mão Morta merecia mais do público. 
Um dos momentos em que a sintonia entre os dois lados do palco esteve mais evidente foi com o clássico «1º de Novembro». Sentado no palco, Adolfo canta: "Solidão, saudade/Romagens, romaria aos queridos defuntos/Carcaças abandonadas ao passado". A massa agita-se e canta a uma só voz.
A esta altura já nada podia parar a máquina. O público rendia-se finalmente, baixava a guarda e entragava-se à fruição do melhor rock que se faz em Portugal. «Quero morder-te as mãos», «Vamos fugir», «Lisboa» e «Cão da morte» levaram o concerto a ponto caramelo, numa alucinante corrida a fugir da... morte. "Morro Morro No altar de ti"... E foi ali mesmo que o concerto teve o seu epílogo.
Porém, após um brevíssimo descanso, Miguel Pedro, António Rafael, Sapo, Vasco Vaz, Joana Longobardi e Adolfo Luxúria Canibal regressaram ao palco, para oi encore que o concerto de Barcelos não teve.
«Anjos de pureza» retomou o concerto, no momento mais esquecido das últimas actuações da banda, seguindo-se dois temas incontornáveis. «Charles Manson» e «Anarquista Duval» levaram o público ao rubro.
A banda despede-se, as luzes acedem-se e toca música gravada. No entanto, o pessoal não estava para ir já embora. Faltava qualquer coisa!... E, revelando total sintonia com a plateia, os Mão Morta regressaram e, já fora do alinhamento, ofereceram «Oub'lá». Não podiam ter escolhido melhor tema para fechar um concerto que foi extraordinário.
Adolfo fez questão de justificar a excepção do segundo encore com o facto de ter sido o público do Porto que apadrinhou a estreia ao vivo dos Mão Morta. Foi no Orfeão da Foz, corria o ano de 1985. 
Muito ou pouco, por mim, está tudo dito.





Zoetrope

Assistir de novo ao espectáculo Zoetrope, no passado dia 28 de Fevereiro, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, foi um privilégio. Assim, aqui ficam mais algumas imagens desse excelente concerto multimédia.




quinta-feira, 5 de março de 2009

Entre vampiros e Zoetrope

Sábado passado - é verdade, este é mais um post que chega aqui atrasado... mas mais vale tarde do que nunca - a noite foi boa, longa e intensa. O Grande Auditório do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, encheu-se para assistir a Zoetrope, espectáculo dos Micro Audio Waves nascido da colaboração com Rui Horta. Depois da estreia no Porto, que dei conta neste blog, Zoetrope tem andado e continuará em périplo pelo País, mas também algumas cidades da Europa - a última foi Frankfurt - têm recebido entusiasticamente o espectáculo multimédia com banda-sonora original e tocada ao vivo pela banda de Cláudia Efe, Flak e C. Morg. Em abono da verdade diga-se que as várias apresentações têm aprimorado a performance. Pouco depois de terminada a actuação dos Micro Audio Waves em Guimarães, tinha início no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, a festa de encerramento do Fantasporto'09, o já incontornável Baile dos Vampiros.
Os Clã foram a única banda a actuar este ano, protagonizando um concerto interessante, no qual a banda de Manuela Azevedo, que surgiu com um visual muito radical e vampiresco, a interpretar algumas versões, como por exemplo de Marilyn Manson, entre outras.A empatia entre a banda e a plateia, que se apresentava simplesmente composta, era grande, de tal forma que os Clã regressaram por três ocasiões ao palco, terminando com uma performance protagonizada por Vítor Hugo Pontes, que assim rendeu Manuela Azevedo na frente da banda. Seguiu-se Dj Kitten cujo set não foi, de facto, o que de melhor aconteceu ao Baile naquele momento. Apesar das boas malhas que escolheu para tocar, Dj Kitten não conseguiu fazer com que a massa humana invadisse a plateia do Sá da Bandeira, àquela altura já transformada em pista de dança. Com umas tentativas, primeiro frustradas, de animar as hostes, surgiu em palco um quarteto de percussão. Os 4Drums marcam ritmo em bidões - ao melhor estilo dos Stomp - enquanto pelo PA são debitados temas de dance music bastante forte. Não entusiasmaram.
Seguiu-se o galego Dj Nacho, disc-jockey da velha guarda, e que demonstrou que quem sabe nunca esquece e quem é bom é... bom. Nacho soube reconquistar o público e conseguiu (re)encher a improvisada pista de dança do velho teatro portuense.
Já o dia nascia, subia ao palco Dj Luís Machado, que no momento mais difícl da noite conseguiu ainda segurar uma bela porção do público.
Três discos depois, e apesar de estar a apreciar o trabalho de Machado, fui dar descanso ao esqueleto.

terça-feira, 3 de março de 2009

Improviso q.b.


Não estava esquecido, mas as atribulações da vida não permitiram que este texto chegasse a esta plataforma antes. Mas o espectáculo merece ser referido, pois foi pouco mais de uma hora de música improvisada de excelente qualidade.
O protagonista, John Zorn, tem créditos firmados no panorama musical e confirmou na sua passagem pela Sala Suggia, da Casa da Música, na passada quinta-feira (dia 26 de Fevereiro).
O saxofonista norte-americano fez-se acompanhar do percussionista Cyro Baptista e ainda pelo duo basco Ttukunak, formado pelas irmãs gémeas Sara e Maika Gomez.
E se John Zorn deliciou com os seus devaneios com o saxofone, as manas Gomez estiveram em grande com o seu txalaparta. Não tão bem, pelo menos para mim, esteve Cyro. Apesar do brasileiro ser bastante conceituado no meio musical e ter já acompanhado grandes artsitas, a verdade é que abrasileirou de mais a sonoridade que John Zorn e as Ttukunak ofereceram ao público que lotou a sala principal da CdM.
Nota mais para as Ttukunak, uma estreia absoluta para a minha pessoa. A txalaparta é um instrumentos de madeira, ferro e ardósia, três peças separadas, que emitem um som fantástico e que as gémeas tocam com grandes mestria.
Fica, então, aqui o pequeno apontamento de um concerto que encantou os presentes e que apenas pecou pela curta duração.