Como disse em post anterior, não acredito que receba dinheiro algum dos algozes d'O Primeiro de Janeiro, Sédico, Fólio, Folha Cultural, ou seja, de Eduardo Costa, o único patrão que conheci nos 13 anos em que ali trabalhei.
Houve quem já tivesse sido bafejado pelos euros, mas eu e a maior parte dos despedidos ainda não vimos a cor do dinheiro. E, repito, não acredito que dali venha cêntimo para a minha conta, apesar de serem milhões os cêntimos que tenho a haver por direito.
Mas depois da catarse - que, como disse e bem o meu amigo Fil, serviu para para uma das pessoas presentes ficar um pouco mais em paz com ela própria - e à beira de dar dar o passo que falta, é tempo de pôr esta história toda para trás das costas e olhar lá bem para a frente. Deixar em definitivo de lamentar que se passou (acho que nem nunca o lamentei verdadeiramente), deixar de pensar que tudo isto foi um sonho mau que ao acordar passa e, acima de tudo, aproveitar o tempo de mudança.
Mudar é sempre assustador e até constrangedor, mas é uma bela lufada de ar fresco. Com as mudanças surgem coisas novas, algumas que nem imaginávamos que um dia nos cruzaríamos com elas. Resumindo, mudar é salutar.
Bem, estou seriamente a pensar em alterar a decoração da minha sala, onde passo mais tempo em casa quando não estou a dormir. Com os mesmos móveis, mas mudar. Periodicamente gosto de o fazer e é fantástico. E agora, mais do que nunca, vai saber-me bem.
Neste momento, e passada a «silly season», mais «silly» do que nunca, sinto-me em plena metamorfose. Não, não se assustem, não fui picado por nenhum insecto, nem mordido por nenhum bicho, mas sinto uma vontade enorme de mudar.
Quem mais tem sofrido é este meu corpinho elegante, que ao bater das 12 badaladas me exige uma cama. E se eu não lha der, dorme onde estiver. Descobri as manhãs, o que apenas pontualmente encontrava nos últimos anos, e tenho novas vivências profissionais.
Para já, a única coisa que de facto me inquieta é a falta de redacção. Aquelas quatro paredes de convívio... profissional. O burburinho das notícias. Passar de uma redacção de 32 jornalistas para outra de apenas dois é uma diferença grande. Sim, são 30 cabeças a menos a contribuir para a discussão.
E sobre uma coisa não há discussão, tudo deve ser discutido.
Sinto-me "como uma bola nas mãos de uma criança...".
domingo, 14 de setembro de 2008
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