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segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Banda-sonora de um despedimento
Resolvidos os problemas técnicos, que sempre tenho nestas coisas, aqui fica a verdadeira banda-sonora de um despedimento.
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FMI,
O Primeiro de Janeiro
domingo, 14 de setembro de 2008
Da velhice com humor
Depois de um fantástico início de tarde na praia, com um mar monumental, um Sol resplandecente e uma pequena brisa a refrescar, passei pela Residencial da Praça, onde pude assistir a um fabuloso momento de teatro... de marionetas.
No Festival Internacional de Marionetas do Porto - FIMP 2008 estava prestes a iniciar-se a apresentação da companhia belga Tof Théâtre, que fizeram subir ao palco não um, não dois, mas cinco autênticos velhos dos Marretas...
Les Bénévoles são um punhado de marionetas em tamanho real, em palco marionetistas na reforma e que apresentaram algumas peças dos seus antigos espectáculos.
Assim, o muito público que se deslocou, ou simplesmente passava e ficou pela Praça de D. João I deliciou-se com os espectáculo «Le best of... Les Bénévoles».
Extraordinário. Entrei no espírito, voltei a ser criança e deliciei-me com os momentos proporcionados por aqueles três homens e duas mulheres tão velhinhos que já lhes custava manterem-se totalmente na vertical, mas tão doces, tão cândidos, tão engraçados.
E o Careca? Um espectáculo em todos os seus gestos e atitudes.
Olha eu com ele!...
Diário de um descartado IX
Como disse em post anterior, não acredito que receba dinheiro algum dos algozes d'O Primeiro de Janeiro, Sédico, Fólio, Folha Cultural, ou seja, de Eduardo Costa, o único patrão que conheci nos 13 anos em que ali trabalhei.
Houve quem já tivesse sido bafejado pelos euros, mas eu e a maior parte dos despedidos ainda não vimos a cor do dinheiro. E, repito, não acredito que dali venha cêntimo para a minha conta, apesar de serem milhões os cêntimos que tenho a haver por direito.
Mas depois da catarse - que, como disse e bem o meu amigo Fil, serviu para para uma das pessoas presentes ficar um pouco mais em paz com ela própria - e à beira de dar dar o passo que falta, é tempo de pôr esta história toda para trás das costas e olhar lá bem para a frente. Deixar em definitivo de lamentar que se passou (acho que nem nunca o lamentei verdadeiramente), deixar de pensar que tudo isto foi um sonho mau que ao acordar passa e, acima de tudo, aproveitar o tempo de mudança.
Mudar é sempre assustador e até constrangedor, mas é uma bela lufada de ar fresco. Com as mudanças surgem coisas novas, algumas que nem imaginávamos que um dia nos cruzaríamos com elas. Resumindo, mudar é salutar.
Bem, estou seriamente a pensar em alterar a decoração da minha sala, onde passo mais tempo em casa quando não estou a dormir. Com os mesmos móveis, mas mudar. Periodicamente gosto de o fazer e é fantástico. E agora, mais do que nunca, vai saber-me bem.
Neste momento, e passada a «silly season», mais «silly» do que nunca, sinto-me em plena metamorfose. Não, não se assustem, não fui picado por nenhum insecto, nem mordido por nenhum bicho, mas sinto uma vontade enorme de mudar.
Quem mais tem sofrido é este meu corpinho elegante, que ao bater das 12 badaladas me exige uma cama. E se eu não lha der, dorme onde estiver. Descobri as manhãs, o que apenas pontualmente encontrava nos últimos anos, e tenho novas vivências profissionais.
Para já, a única coisa que de facto me inquieta é a falta de redacção. Aquelas quatro paredes de convívio... profissional. O burburinho das notícias. Passar de uma redacção de 32 jornalistas para outra de apenas dois é uma diferença grande. Sim, são 30 cabeças a menos a contribuir para a discussão.
E sobre uma coisa não há discussão, tudo deve ser discutido.
Sinto-me "como uma bola nas mãos de uma criança...".
Houve quem já tivesse sido bafejado pelos euros, mas eu e a maior parte dos despedidos ainda não vimos a cor do dinheiro. E, repito, não acredito que dali venha cêntimo para a minha conta, apesar de serem milhões os cêntimos que tenho a haver por direito.
Mas depois da catarse - que, como disse e bem o meu amigo Fil, serviu para para uma das pessoas presentes ficar um pouco mais em paz com ela própria - e à beira de dar dar o passo que falta, é tempo de pôr esta história toda para trás das costas e olhar lá bem para a frente. Deixar em definitivo de lamentar que se passou (acho que nem nunca o lamentei verdadeiramente), deixar de pensar que tudo isto foi um sonho mau que ao acordar passa e, acima de tudo, aproveitar o tempo de mudança.
Mudar é sempre assustador e até constrangedor, mas é uma bela lufada de ar fresco. Com as mudanças surgem coisas novas, algumas que nem imaginávamos que um dia nos cruzaríamos com elas. Resumindo, mudar é salutar.
Bem, estou seriamente a pensar em alterar a decoração da minha sala, onde passo mais tempo em casa quando não estou a dormir. Com os mesmos móveis, mas mudar. Periodicamente gosto de o fazer e é fantástico. E agora, mais do que nunca, vai saber-me bem.
Neste momento, e passada a «silly season», mais «silly» do que nunca, sinto-me em plena metamorfose. Não, não se assustem, não fui picado por nenhum insecto, nem mordido por nenhum bicho, mas sinto uma vontade enorme de mudar.
Quem mais tem sofrido é este meu corpinho elegante, que ao bater das 12 badaladas me exige uma cama. E se eu não lha der, dorme onde estiver. Descobri as manhãs, o que apenas pontualmente encontrava nos últimos anos, e tenho novas vivências profissionais.
Para já, a única coisa que de facto me inquieta é a falta de redacção. Aquelas quatro paredes de convívio... profissional. O burburinho das notícias. Passar de uma redacção de 32 jornalistas para outra de apenas dois é uma diferença grande. Sim, são 30 cabeças a menos a contribuir para a discussão.
E sobre uma coisa não há discussão, tudo deve ser discutido.
Sinto-me "como uma bola nas mãos de uma criança...".
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silly season
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Diário de um descartado VIII
Depois de tantas mentiras e tantas aldrabices - já se viu ser a única forma que aquela gente sabe estar na vida - e depois de tantos (demasiados) dias sem ver a cor do dinheiro que nos é devido, legal e moralmente, foi hoje dito aos jornalistas e outros funcionários despedidos d'O Primeiro de Janeiro que tiveram que se deslocar a Santa Catarina onde funciona (como sempre funcionou) a Administração do matutino, que, mais tardar, até ao final da segunda semana de Setembro, as remunerações em falta seriam pagas.
Mais uma mentira, mais uma aldrabice.
Esta é a minha convicção, pois não tenho esperança nenhuma que dali me seja pago um cêntimo do que me é devido, que são vários milhares de euros. Caso contrário, os euros relativos à parte em falta de Junho e ao salário completo de Julho, tal como nos foi garantido pela Administração por interposta pessoa. Ou seja, pela directora Nassalete Miranda quando no dia 31 de Julho nos comunicou que faríamos a última edição daquele Janeiro, pois havia esperanças de encontrar investidores que permitissem relançar o mais antigo jornal diário do País no arranque do mês que corre. Regressaria às bancas dois dias depois.
Vistas bem as coisas, mais mentiras, mais aldrabices e, novamente, com nome próprio, que me escuso de referir. Enoja-me, simplesmente!
Mas na soma dos calotes destes senhores que altos responsáveis do Estado apelidam de "empresários modelo" há que contar ainda com os subsídios de férias, as próprias férias - no meu caso particular, são a totalidade, pois nem um dia cheguei a gozar, mas muitos camaradas de redacção ficaram ainda com bastantes dias por gozar -, os duodécimos do subsídio de Natal e, the last but not the least, as indemnizações.
Ora, se esta fosse gente que está na vida de boa-fé, se fosse uma pessoa de bem e, já para não falar de outras questões, tivesse um pingo de ética (tão necessária que é para que com orgulho se exiba uma Carteira Profissional de Jornalista) tinha feito o que devia, ou seja, pagava o que tinha de pagar sem subterfúgios e sem colocar as pessoas em situações difíceis e algumas delas bem complicadas do ponto de vista da sobrevivência.
Enquanto isso, quais intocáveis, pavoneiam-se por campos de futebol e, quiçá, rinques de futsal.
Por tudo isto, e depois de 14 anos na empresa, assistindo a um vasto rol de ilegalidades e à completa incompetência administrativa - quando lhes pedi uma cópia do meu contrato de trabalho responderam-me: "Não sabemos do seu contrato, mas não se preocupe" -, não me peçam para acreditar em quem nos últimos oito anos me disse (e aos outros) que não havia dinheiro para aumentar salários e sempre soube pedir mais empenho, mais trabalho, mais esforço. Enquanto isso, a colecção de carros topo de gama cresceu na garagem e uma qualquer marina aporta o iate...
Por isso, acham mesmo que mais esta garantia serve de alguma coisa a alguém.
Vergonha, muita vergonha na tromba é o que deveriam ter os responsáveis pelo despedimento e todos os coniventes (directa e/ou indirectamente) com tal acto.
Uma vez mais, vou citar os Linda Martini. E faço-o, não só porque o verso é belíssimo, mas porque com a alteração introduzida me sinto com mais força para avançar e esquecer que um dia (e foram 14 anos!!!!) trabalhei para aqueles algozes.
Mais a mais, no passado sábado assisti a um extraordinário concerto, nas Noites Ritual, da banda que assina «Olhos de Mongol» e «Marsupial». Voltem depressa ao Norte.
"O chão que pisas JÁ NÃO sou eu"
(«Amor-Combate»)
Desculpem a repetição, mas é mais forte do que eu.
Espero em breve fechar em definitivo este Diário, pois é dar importância a mais a quem não a merece.
Mais uma mentira, mais uma aldrabice.
Esta é a minha convicção, pois não tenho esperança nenhuma que dali me seja pago um cêntimo do que me é devido, que são vários milhares de euros. Caso contrário, os euros relativos à parte em falta de Junho e ao salário completo de Julho, tal como nos foi garantido pela Administração por interposta pessoa. Ou seja, pela directora Nassalete Miranda quando no dia 31 de Julho nos comunicou que faríamos a última edição daquele Janeiro, pois havia esperanças de encontrar investidores que permitissem relançar o mais antigo jornal diário do País no arranque do mês que corre. Regressaria às bancas dois dias depois.
Vistas bem as coisas, mais mentiras, mais aldrabices e, novamente, com nome próprio, que me escuso de referir. Enoja-me, simplesmente!
Mas na soma dos calotes destes senhores que altos responsáveis do Estado apelidam de "empresários modelo" há que contar ainda com os subsídios de férias, as próprias férias - no meu caso particular, são a totalidade, pois nem um dia cheguei a gozar, mas muitos camaradas de redacção ficaram ainda com bastantes dias por gozar -, os duodécimos do subsídio de Natal e, the last but not the least, as indemnizações.
Ora, se esta fosse gente que está na vida de boa-fé, se fosse uma pessoa de bem e, já para não falar de outras questões, tivesse um pingo de ética (tão necessária que é para que com orgulho se exiba uma Carteira Profissional de Jornalista) tinha feito o que devia, ou seja, pagava o que tinha de pagar sem subterfúgios e sem colocar as pessoas em situações difíceis e algumas delas bem complicadas do ponto de vista da sobrevivência.
Enquanto isso, quais intocáveis, pavoneiam-se por campos de futebol e, quiçá, rinques de futsal.
Por tudo isto, e depois de 14 anos na empresa, assistindo a um vasto rol de ilegalidades e à completa incompetência administrativa - quando lhes pedi uma cópia do meu contrato de trabalho responderam-me: "Não sabemos do seu contrato, mas não se preocupe" -, não me peçam para acreditar em quem nos últimos oito anos me disse (e aos outros) que não havia dinheiro para aumentar salários e sempre soube pedir mais empenho, mais trabalho, mais esforço. Enquanto isso, a colecção de carros topo de gama cresceu na garagem e uma qualquer marina aporta o iate...
Por isso, acham mesmo que mais esta garantia serve de alguma coisa a alguém.
Vergonha, muita vergonha na tromba é o que deveriam ter os responsáveis pelo despedimento e todos os coniventes (directa e/ou indirectamente) com tal acto.
Uma vez mais, vou citar os Linda Martini. E faço-o, não só porque o verso é belíssimo, mas porque com a alteração introduzida me sinto com mais força para avançar e esquecer que um dia (e foram 14 anos!!!!) trabalhei para aqueles algozes.
Mais a mais, no passado sábado assisti a um extraordinário concerto, nas Noites Ritual, da banda que assina «Olhos de Mongol» e «Marsupial». Voltem depressa ao Norte.
"O chão que pisas JÁ NÃO sou eu"
(«Amor-Combate»)
Desculpem a repetição, mas é mais forte do que eu.
Espero em breve fechar em definitivo este Diário, pois é dar importância a mais a quem não a merece.
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